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ChatGPT passa a rivalizar com Google ao absorver milhões de buscas diárias

Relatório How People Use ChatGPT, da OpenAI em parceria com Duke e Harvard, revela que mais de 600 milhões de consultas de informação migram para a Inteligência Artificial.

Netuno Network

15/10/25

Um novo relatório de pesquisa conduzido pela OpenAI em colaboração com a Universidade Duke e a Universidade Harvard, intitulado How People Use ChatGPT, aponta para uma reconfiguração no modo como os usuários buscam informações online. O estudo, publicado como Working Paper pelo National Bureau of Economic Research (NBER), revela que uma parcela significativa das interações na ferramenta de Inteligência Artificial (IA) generativa está sendo direcionada à busca de conhecimento, desafiando a hegemonia dos buscadores tradicionais.


No ChatGPT, uma em cada quatro mensagens corresponde a uma consulta de pesquisa.


De acordo com os dados do relatório, 24% de todas as interações no ChatGPT são classificadas como "buscas por informação". Essa fatia de uso corresponde a uma estimativa de 624 milhões de pesquisas diárias que estariam migrando dos motores de busca convencionais, como Google e Bing, diretamente para a IA. O estudo sugere que a ferramenta, projetada como um chatbot, está sendo adotada como um "motor de busca alternativo", focado em fornecer respostas diretas em vez de listas de links.


Essa mudança de comportamento do consumidor levanta questões estratégicas para o mercado digital. A migração das consultas representa um risco ao modelo de negócios das grandes empresas de tecnologia, que dependem majoritariamente da receita gerada por publicidade veiculada nas páginas de resultados de busca. O relatório indica que, ao solicitar recomendações diretamente a um chatbot, os usuários tendem a ignorar a etapa de comparação de resultados em múltiplas páginas, o que pode forçar uma reavaliação nas estratégias de marketing e de presença digital de empresas globalmente.


SOBRE O ESTUDO O artigo "How People Use ChatGPT" (Como as Pessoas Usam o ChatGPT), é um Working Paper do National Bureau of Economic Research (NBER W34255), escrito por Aaron Chatterji, Tom Cunningham, David Deming, Zoë Hitzig, Christopher Ong, Carl Shan e Kevin Wadman, autores afiliados à OpenAI, Duke University e Harvard University, sendo publicado em setembro de 2025 


O estudo é uma das primeiras análises empíricas em larga escala sobre o uso real de grandes modelos de linguagem (LLMs) como o ChatGPT. O artigo documenta o crescimento e a adoção do produto de consumo do ChatGPT desde o seu lançamento em novembro de 2022 até meados de 2025, com o objetivo de lançar luz sobre as formas como os grandes modelos de linguagem (LLMs) estão a ser utilizados pelos consumidores.


1. Crescimento e Adoção Global

  • Adoção veloz: O ChatGPT demonstrou uma taxa de adoção histórica. Lançado em novembro de 2022, a plataforma atingiu mais de 700 milhões de Usuários Ativos Semanais (WAU) em julho de 2025, representando cerca de 10% da população adulta mundial.

  • Alcance global: O crescimento é mais rápido em países de renda média e baixa. Em maio de 2025, a taxa de crescimento da adoção nos países de renda mais baixa era mais de 4 vezes a dos países de renda mais alta.

  • Engajamento de longo prazo: O crescimento da atividade é impulsionado principalmente pela entrada de novos usuários, e não por um aumento na atividade diária dos usuários estabelecidos, que atingiu um patamar.


2. Tipos de Uso e Finalidade (Trabalho vs. Pessoal)

O estudo analisou o conteúdo das mensagens para classificar a finalidade de uso, com uma descoberta notável sobre a mudança do foco:

  • Uso pessoal dominante: A maioria do uso do ChatGPT passou a ser não relacionado ao trabalho. Em 2024, o uso não profissional representava cerca de 53% das mensagens; em 2025, essa proporção subiu para 73%. O impacto econômico mais amplo pode estar no aumento da produtividade pessoal e não apenas na produtividade no local de trabalho.

  • Top 3 casos de uso (em planos de consumo - Free, Plus, Pro):

    1. Escrita (Writing): A principal categoria de uso no trabalho, incluindo a elaboração de e-mails, resumos, brainstorming e edição de textos.

    2. Orientação prática (Practical Guidance): Uso para tutoria, obtenção de conselhos práticos, "como fazer" e geração de ideias criativas.

    3. Expressão (Expressing): Uso para reflexão pessoal, exploração de ideias e jogos/roleplay.

  • Baixo uso de programação: Apesar do entusiasmo inicial na comunidade de desenvolvedores, o uso para programação/codificação representa uma parcela pequena do uso total (cerca de 4,2% das mensagens), sendo as tarefas de escrita o uso dominante no contexto de trabalho.


3. Demografia e Perfis de Usuários

  • Fechamento da lacuna de gênero: Embora o ChatGPT inicialmente tivesse um público predominantemente masculino (cerca de 80%), em 2025, o estudo sugere que a base de usuários é ligeiramente mais feminina (com base na análise de nomes).

  • Uso no trabalho: Profissionais com maior nível de escolaridade e que ocupam cargos de alta remuneração são os mais propensos a usar o ChatGPT para fins de trabalho.


4. Implicações Econômicas


O artigo sugere que o ChatGPT tem um papel de complemento para a mão de obra, atuando como um "multiplicador de força" para o capital humano, e não primariamente como um substituto. O valor econômico da ferramenta está sendo criado tanto no trabalho (aumentando a produtividade em tarefas de escrita) quanto fora dele (auxiliando no aprendizado e em tarefas pessoais).


O estudo é baseado em dados agregados e anônimos dos planos de consumo (Free, Plus, Pro), excluindo os planos corporativos (Enterprise/Business).


Foto de Emiliano Vittoriosi na Unsplash

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