As tendências de tecnologia para 2026: foco em ia e segurança
Bases de arquitetura e valor estratégico guiam a inovação

Netuno Network
03/12/25
A Inteligência Artificial (IA) deixou o status de ferramenta emergente e se consolidou como um elemento estratégico indispensável para o futuro dos negócios globais. Este foi o contexto principal do anúncio das 10 Tendências Tecnológicas Estratégicas para 2026, apresentadas pela consultoria Gartner durante o evento IT Symposium/Xpo. A lista, que anualmente serve como um guia para líderes de TI e CEOs, sinaliza que a próxima fase da inovação exigirá das empresas o domínio da IA em sua arquitetura de sistemas e em suas práticas de cibersegurança. A previsão é que as companhias que não integrarem a IA em sua fundação operacional terão dificuldades em manter a competitividade, sendo este o ponto de partida para a divisão das tendências em três áreas centrais: O Arquiteto, O Sintetizador e O Sentinela.
O conjunto de 10 tendências é dividido em três temas principais: O Arquiteto (fundações técnicas), O Sintetizador (articulação de valor) e O Sentinela (proteção e governança). A seguir, estão detalhadas cada uma das tendências citadas pela Gartner.
O arquiteto: bases seguras e escaláveis
Este primeiro grupo estabelece a infraestrutura e os fundamentos necessários para suportar a adoção da IA em grande escala.
1. Plataformas de desenvolvimento nativas de ia
Integram a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e outras formas de IA diretamente nas ferramentas de criação de software.
O objetivo é acelerar a entrega de aplicações e facilitar a incorporação da inteligência no código-fonte.
2. Plataformas de supercomputação de ia
Sistemas que combinam arquiteturas de hardware especializadas (como GPUs e ASICs) para lidar com cargas de trabalho intensivas.
São projetadas para otimizar o processamento de modelos de machine learning, simulações e análises avançadas.
3. Computação confidencial
Tecnologia de segurança que permite o processamento de dados sensíveis em ambientes não confiáveis (como a nuvem) com proteção.
Utiliza ambientes de execução confiável (TEEs) para garantir que os dados permaneçam criptografados e inacessíveis durante todo o ciclo de processamento.
O sintetizador: combinando inteligência e valor
Este grupo de tendências demonstra como as empresas podem usar a tecnologia para criar novas fontes de valor comercial e eficiência operacional.
4. Sistemas multiagentes
Envolve a colaboração e orquestração de múltiplos agentes de IA autônomos que interagem entre si para alcançar objetivos complexos.
Essa abordagem permite automatizar tarefas de negócios complexas que exigem mais de uma etapa ou modelo de IA.
5. Modelos de linguagem específicos ao domínio (dslms)
São modelos de IA que foram treinados e otimizados para um domínio de conhecimento restrito (como legislação ou engenharia).
Sua especialização resulta em respostas mais precisas, seguras e com menos imprecisões ("alucinações") em contextos técnicos.
6. Ia física
A aplicação de IA em máquinas e robôs que interagem com o mundo real para executar tarefas.
Visa aumentar a autonomia, a adaptabilidade e a segurança de equipamentos operacionais em indústrias, logística e outros ambientes físicos.
O sentinela: proteção e governança digital
Este tema foca na manutenção da segurança, conformidade e confiança no ambiente digital.
7. Segurança cibernética preventiva
Uma mudança de foco da reação pós-ataque para a antecipação e prevenção de ameaças.
Utiliza a IA e a automação para modelar ameaças e implementar contramedidas antes que o ataque seja totalmente executado.
8. Rastreabilidade digital
A capacidade de rastrear a origem e o histórico de ativos digitais, incluindo modelos de IA, dados de treinamento e conteúdo gerado.
É um elemento importante para garantir a conformidade regulatória, combater a desinformação e manter a responsabilidade no uso da IA.
9. Plataformas de segurança de IA
Sistemas dedicados à proteção dos próprios modelos e aplicações de IA.
Abordam riscos específicos, como manipulação de modelos, vulnerabilidades de dados de treinamento e ataques de injeção de prompt.
10. Geopatriação
O alinhamento de estratégias de tecnologia e operações com regulamentações e requisitos geográficos/nacionais.
Visa gerenciar a soberania dos dados, a conformidade com as leis de privacidade locais e os riscos associados à geopolítica e ao local de processamento dos dados.
Foto de Vitaly Gariev na Unsplash

